sábado, 10 de novembro de 2012

A grande revelação para mim

Foi assim que Edwards explicou isso. Ele pregou um sermão quando estava ainda no início dos seus vinte anos com este ponto central: "Os filhos de Deus são concebidos para uma felicidade desconhecida e inconcebível." O seu texto era 1 João 3:2: "e ainda não se manifestou o que haveremos de ser."

A glória de Deus não consiste meramente no reconhecimento de suas perfeições por parte das criaturas: porque a criatura pode reconhecer o poder e a sabedoria de Deus e ainda assim não ter prazer nisso, ou mesmo abominar isso. As criaturas que assim o fazem, não glorificam a Deus. A glória de Deus também não consiste particularmente no falar sobre as suas perfeições: porque as palavras não servem a outra coisa a não ser a expressar o sentimento da mente. Esta glória de Deus, portanto, consiste na admiração, regozijo e exultação da criatura na manifestação da beleza e excelência de Deus. A essência de glorificar a Deus consiste, portanto, no regozijar da criatura nas manifestações da beleza de Deus, que é a alegria e a felicidade das quais estamos falando. Assim, vemos que chegamos à conclusão final de que a finalidade da criação é que Deus possa comunicar felicidade à criatura; porque se Deus criou o mundo para que ele possa ser glorificado na criatura, ele o criou para que elas possam se regozijar em sua glória: pois mostramos que se tratam da mesma coisa.

Essa foi a grande revelação para mim - a reviravolta. Qual era o sentido da vida? Qual a finalidade dela? Por que eu existo? Por que eu estou aqui? Para ser feliz? Para glorificar a Deus? Durante vários anos, houve em mim um sentimento implícito de que essas duas coisas eram conflitantes. Ou você glorifica a Deus ou você busca a felicidade. Uma parecia absolutamente certa; a outra parecia absolutamente inevitável. E foi por isso que eu fiquei confuso e frustrado por tanto tempo.

Para complicar o problema, muitos dos que pareciam enfatizar a glória de Deus em seu pensamento não pareciam ter tanto prazer assim em Deus. E muitos dos que pareciam ter prazer em Deus estavam equivocados no seu pensamento quanto à Sua glória. Mas agora ali estava o maior pensador dos nascentes Estados Unidos, Jonathan Edwards, dizendo que o propósito de Deus para a minha vida era que eu tivesse paixão pela glória de Deus, que eu tivesse paixão pela minha alegria nessa glória e que essas duas paixões eram uma só.

Quando eu enxerguei isso, eu soube, finalmente, o que seria uma vida desperdiçada e como evitá-la.

Deus me criou - e criou você - para viver uma única paixão, totalmente envolvente, totalmente transformadora, a saber: a paixão de glorificar a Deus, desfrutando e demostrando a sua suprema excelência em todas as esferas da vida. Desfrutar e demonstrar são ambas cruciais. Se tentamos demonstrar a excelência de Deus sem desfrutá-la, nós vamos apresentar um escudo de hipocrisia e criar menosprezo ou legalismo. Por outro lado, se afirmamos que temos prazer em sua excelência e não demonstramos isso para que outros vejam e admirem, estamos nos enganando, porque a marca da fascinante alegria que alguém pode ter em Deus é justamente transbordá-la e expandi-la, estendendo-a para os corações de outros. A vida desperdiçada é a vida sem uma paixão pela supremacia de Deus em todas as coisas para a alegria de todas as pessoas.